A intuição profética de Claret levou-o a escrever: «Nestes últimos tempos parece que Deus quer que os leigos tenham uma parte grande na salvação dos homens.» O Movimento dos Leigos Claretianos tem a sua origem nas organizações laicais, criadas por Santo António Maria Claret. Os seus membros definem-se como ‘cristãos que fazem sua a missão de Jesus, vivem as exigências do Reino e permanecem ao serviço da evangelização na Igreja, pautados pelo carisma e espírito de Claret, vividos em secularidade’. Fundou para o efeito uma gama enorme de instituições, como a «Irmandade do Bom Livro», a «Irmandade da Doutrina Cristã», as «Bibliotecas Populares», a «Academia de São Miguel». A «Confraria do Coração de Maria» só em Cuba chegou a contar mais de cem mil sócios; a «Academia de São Miguel» - associação de intelectuais, artistas e propagandistas católicos - teve mais de quinhentos grupos de 15 pessoas cada. As actividades confiadas por Claret aos leigos não andavam longe das que hoje lhes são cometidas na Igreja: oração, testemunho de vida, anúncio da Palavra oral e escrita, promoção da justiça. Deviam os leigos em tudo assumir-se como verdadeiros evangelizadores, o que para Claret significava o seguinte: autênticos discípulos de Cristo, animados pelo Espírito de Deus, entregues à difusão do Evangelho, sob o amparo da Virgem Maria, Mãe e Mestra de quantos servem a causa da evangelização. À luz do Concílio Vaticano II, numerosos leigos descobriram os laços espirituais que os ligam à pessoa e obra de Claret, reconhecendo-o como Fundador. Hoje, o movimento atingiu maturidade na Igreja e, desde Julho de 1983, tem uma direcção a nível mundial.
Este Movimento integra, actualmente, cerca de 1.500 pessoas e está implantado em mais de 20 países da Europa, América e África. A sua espiritualidade assenta no empenho pela evangelização, na transformação da sociedade civil, no apoio aos pobres em vias de libertação e no trabalho co-responsável dentro da Igreja.