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No fundo da taça, Deus está à nossa espera

«Todas as áreas da ciência devem,

cada vez mais,

ser consideradas pela Igreja

como matéria de reflexão e estudo»

Em livro muito conhecido, publicado em Nova Iorque há mais de meio século, A. L. Kroeber e Clyde Kluckhohn, com o título “Culture. A critical review of concepts and definitions”, analisaram nada menos de 164 definições de cultura. Entretanto multiplicaram-se as áreas de saber, algumas das quais, como a astronomia e a física, parecem alterar todos os conhecimentos sobre o mundo que nos rodeia. Por isso um dos mais notáveis cientistas de todos os tempos - Heisenberg - escreveu esta frase famosa: «O primeiro golo da taça das ciências da natureza torna-nos ateus, porém, no fundo da taça, Deus está à nossa espera». Outros grandes nomes como Francis Collins, ao anunciar a sua descoberta do genoma humano, mostrou como a ciência fornece provas para a fé. Para não falar de diálogos sobre o tema com filósofos contemporâneos, cujo número aumenta dia a dia, fica-nos esta dúvida: quais os caminhos a seguir para reunificar Igreja e cultura - tomando como cultura todos os campos do saber que excedem a noção de natura.
Quero com isso sugerir que todas as áreas da ciência devem, cada vez mais, ser consideradas pela Igreja como matéria de reflexão e estudo. Provisória, como tudo o que é humano. É isso, de resto, o que nos ensina a história da ciência, e para isso não temos de ir mais longe do que lembrar através de vários séculos a questão da teoria heliocêntrica. Descoberta no século II a.C. por Aristarco de Samos, foi impugnada por Arquimedes e por Hiparco de Nicéia e, já na época romana, por Ptolomeu. Dezoito séculos depois é retomada por Copérnico, novamente com escândalo geral. Proposta por Galileu (e é só deste que geralmente se tem conhecimento), é preciso ainda esperar por Kepler (já nos começos do século XVII) que conseguiu fundamentar a explicação das aparentes contradições que dificultavam o entendimento da teoria substituindo as órbitas circulares por elípticas. Se recordo esta história, é porque ela é algo paradigmático para nos fazer compreender as dúvidas que persistem no nosso entendimento do mundo em que vivemos.
  
 
Maria Helena da Rocha Pereira
Universidade de Coimbra
Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes 2008

 

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