Recordamos um testemunho, conhecido relativamente à pouco tempo, da vida de santo António Maria Claret. É de um cidadão de Barcelona, contemporâneo do santo, que o narra com as seguintes palavras:
"Quando eu estudava na Universidade esteve uma temporada em Barcelona o Pe. Claret. Pregava todos os dias em várias igrejas, com grandíssima assistência de fiéis. Como toda a gente elogiava aquele famoso pregador, que fazia seis e sete sermões diários; movidos, parte por devoção parte por curiosidade, alguns estudantes decidimos seguir o famoso Missionário a todos os lugares onde pregasse, para nos certificarmos de quantos sermões fazia e se os repetia. Ao sair da igreja onde tinha pregado o sétimo sermão daquele dia, rodearam-no, como habitualmente, vários sacerdotes e muitas outras pessoas. Um senhor, ao beijar-lhe o anel, disse-lhe: "O senhor mata-se com tanta pregação. Não se percebe como pode resistir a tantas fadigas". "Isto é um mistério que não se compreende", acrescentou outro. Ao que o Pe. Claret respondeu:
“Apaixonai-vos por Jesus Cristo e pelos irmãos e compreendereis tudo… e fareis muito mais que eu.”
A mensagem está clara. O Pe. Claret tinha o seu segredo. A sua musculatura missionária não dependia das suas forças físicas, nem da sua preparação intelectual, nem da sorte, nem de coisas estranhas... O seu segredo era apenas este: estar apaixonado!