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Uma questão de olhar

Gente. Mochilas. Palavras. Espera. Segóvia. Calor. Bandeiras. Cantos. Alegria.
Muitos. Silêncio. Cores. Sorrisos. Madrid. Desejos. Igreja. Coração.
A JMJ foi tantas coisas...
Eu tive a sorte de viver estas Jornadas desde muitas frentes. Como jovem, como acompanhante de outros jovens, como peregrino, como hóspede, como espectador, como protagonista, como irmão… e sobretudo como Filho de Deus. Ao evocar tudo o que vivi, misturam-se desordenadamente todas estas perspectivas: experiências, emoções, pessoas… Com o passar do tempo ficarão na memória os grandes eventos, a multidão que dava alegria e cor a todos os recantos de Madrid; o silêncio ensurdecedor na vigília com o Papa no aeródromo de «Quatro ventos»; a profundidade das palavras do papa, o encontro de jovens crentes do mundo inteiro, as altas temperaturas, a música, o céu de Madrid. Descubro-me e reconheço-me em cada uma dessas memórias.

No entanto, para mim a JMJ foi outra coisa: foi sobretudo uma questão de olhar.
Dei-me conta disto na manhã do dia 20. O Papa quis celebrar a eucaristia com seminaristas de todo o mundo na catedral de Madrid. Tive a sorte de poder entrar e ficar no quarto banco, a poucos metros do altar. A fé, como a vida, é uma questão de olhar. Embora muitos o considerem poderoso, a mim Bento XVI pareceu-me extremamente frágil. Subiu ao presbitério com dificuldade, caminhava lentamente, a cruz parecia vencê-lo, tremia-lhe a voz, apenas conseguia movimentar o turíbulo. De perto tudo se vê de forma diferente. Pela primeira vez, o Papa pareceu-me um ancião de oitenta e quatro anos, um homem frágil, para quem uma aventura como a JMJ deve supor um esforço extraordinário. O seu corpo já não dava mais. No entanto, no seu olhar via como se entregava profundamente a cada um de nós. Nos seus olhos havia alegria, ternura, esperança, lucidez, profundidade, agradecimento e um brilho que não é deste mundo. No meio da sua fragilidade o amor fazia-o forte, para nos dar o melhor de si.
Quando saí da catedral Almudena deixei de pensar na JMJ como o havia feito até então. Comecei a procurar olhares. Encontrei-me com muitos olhos jovens, inquietos, despertos, emocionados, expectantes, admirados, esperançados, dispostos, orantes, capazes, pacientes, companheiros, buscadores, diferentes, sensíveis, chamados, unidos, enviados. Em todos o desejo de viver esse mesmo amor que servia de sustento a Bento XVI naquela missa; um amor que nos dispõe para a entrega. Foi o que me pareceu ver nos jovens que me rodeavam, no batalhão de voluntários, no trabalho sem medida da família claretiana, nos religiosos, religiosas e sacerdotes com quem me cruzei, nos grupos que se saudavam com cânticos nos túneis do metro, na paz que se respirava nos templos, na boa vontade de muitos que eram alheios à nossa fé, na celebração da beleza e da bondade do nosso Deus, na igreja ajoelhada diante do Santíssimo. Em tantos olhos via também o meu coração e descobria novamente o encontro da pessoa com o seu Pai. É verdade, somos muito torpes na forma como vivemos a nossa fé e o amor, mas também é verdade que vislumbrava um pouco de céu em cada um desses olhares. Oxalá também no meu.
Bem hajas ó Pai: por Bento XVI;
pela nossa igreja;
por deixar que o teu olhar repouse em nós.

Adrián de Prado, cmf

 

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